quinta-feira, 12 de março de 2009

Meu cabelo despenteado

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O hábito não faz o monge, mas pode ser um reclame. Sempre me visto formalmente, com paletó, camisa social, gravata e sapato, por gosto, já que não me sinto à vontade vestindo-me esportivamente. Isto proclama que sou sério, responsável, trabalhador e um intelectual. Todavia uso calça de brim, para quebrar a sisudez, pois sou jovial e alegre. Agora passei a usar o cabelo despenteado, para mostrar que sou um contestador da ordem vigente, um iconoclasta. Isto assusta a as pessoas, o que é bom para que me questionem tal comportamento e eu possa lhes expor minhas bandeiras anarquistas e ateístas, mas extremamente éticas e comprometidas com a erradicação de toda ignorância e principalmente toda vilania, bem como com a disseminação de práticas estritamente honestas, solidárias e cooperativas nos negócios e nos relacionamentos de todo tipo.
Sinto que preciso fazer disto o significado de minha vida que, em suma, se resume em amar ao máximo o maior número de seres, mas com um amor que se revela não só em sentimento, mas em vontade e ação. É o que já dizia aquele que ficou conhecido como Jesus Cristo, que nem sei se de fato existiu (suponho que sim), e que considero que não seja Deus nenhum, mas uma pessoa que passou lições admiráveis em muitos aspectos, todavia não assimiladas por grande parte de seus próprios seguidores, que só as praticam desde que tais práticas não lhes molestem a saúde, o sossego, o conforto e os lucros. Além, é claro, de as condicionar à recompensa com a salvação eterna.
Meu cabelo despenteado é, pois, um libelo em defesa do livre pensamento, da idoneidade total, da denúncia de todas as falcatruas, do compromisso com a construção de uma sociedade honesta, franca, livre, fraterna, justa e prazerosa, em harmonia com toda a natureza e despida de quaisquer mitos, preconceitos, intolerância e ganância.

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