sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Professor, como que quando o Ferro é produzido no núcleo estelar, a reação passa a ser endotérmica e então há o colapso da estrela?

A questão reside na energia de ligação por nucleon dos diferente núcleos.
http://astro.if.ufrgs.br/estrelas/node12.htm
Até o Ferro, a fusão de núcleos libera energia (reação exotérmica). Acima do Ferro a fusão requer energia para ocorrer (reação endotérmica). Todavia, mesmo no caso das exotérmicas, é preciso uma energia de ativação, para vencer a barreira de repulsão elétrica entre dois núcleos, que são positivos. Nas estrelas essa energia é fornecida pelas altas pressão, temperatura e densidade de seus caroços, que ioniza completamente os átomos, deixando os núcleos nus, que são lançados a alta velocidade (devido à alta temperatura) uns contra os outros, possibilitando que se aproximem até que a força nuclear forte seja maior do que a repulsão elétrica e eles se fundam, o que é facilitado pela alta densidade, devida à alta pressão, provocada pelo peso das camadas mais externas sobre o caroço. Cada vez que o material disponível para um processo de fusão acaba (porque foi todo fusionado), a gravidade, não tendo pressão de radiação advinda das reações de fusão para contê-la, comprime mais o caroço, elevando sua temperatura e possibilitando um novo processo de fusão para núcleos maiores, até chegar no Ferro. Essas reações de fusão liberam energia, tanto na forma de radiação, quanto na forma de energia cinética dos núcleos que, sendo caótica, significa maior temperatura. Nas bombas de hidrogênio a energia de ativação é fornecida pela detonação de uma pequena bomba de fissão.
Acima do Ferro, no caroço das estrelas, a fusão requereria um fornecimento de energia que não fica disponível e, então, a geração de energia pelo caroço cessa. Aí a gravidade não tem o que a contenha e o envelope (camadas exteriores) da estrela desaba sobre o caroço, provocando um ricochete, que produz uma onda de choque (um som) que ejeta o envelope para o espaço circundante, formando uma nebulosa planetária, enquanto o caroço remanescente, dependendo de sua massa, se transforma em uma estrala anâ branca, uma estrela de nêutrons ou um buraco negro. Na explosão que leva à formação da nebulosa planetária, a onda de choque é tão intensa que, em suas compressões, a energia fornecida aos núcleos é suficiente para fundir elementos mais pesados do que o Ferro. Esses elementos ficam na nebulosa e acabam se dispersando no gás interestelar que, posteriormente, se condensa em flutuaçõe aleatórias e forma estrelas de segunda e terceira geração, como o nosso Sol, que contém esses elementos pesados, dos quais os planetas internos foram feitos.
http://www.if.ufrgs.br/oei/stars/struct/struct_st.htm
View more

Nenhum comentário:

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails